Magazine Luiza diz que tirou campo 'apelido' do cadastro após ser denunciada por injúria racial; cliente foi chamada de 'macaca'

  • 08/01/2025
(Foto: Reprodução)
Vítima foi ofendida ao receber e-mail de atualização de cadastro. Segundo a empresa, ficha original foi feita em 2011, de forma online. Companhia também adotou lista de palavras inapropriadas, que passarão a ser vetadas no momento do preenchimento do formulário. Mulher é vítima de injúria racial ao receber e-mail da Magazine Luiza Reprodução A empresa Magazine Luiza informou na tarde desta quarta-feira (8) que retirou o campo "apelido" do formulário online de cadastro de usuários. A decisão ocorre após a denúncia de injúria racial feita por uma cliente que recebeu um e-mail da loja em que era chamada de "macaca". "Para evitar que casos semelhantes se repitam, a companhia já excluiu o campo 'apelido' de seus formulários cadastrais e adotou uma lista de palavras inapropriadas, que passarão a ser vetadas no momento do preenchimento do cadastro", informou a companhia (veja nota completa no final do texto). A varejista disse ainda que "o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente – essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores". A cozinheira Susan de Sousa Sena, de 35 anos, contou a sua revolta ao ser comparada a um animal. Susan foi vítima de injúria racial. Reprodução/ TV Globo "O ano acabou de começar, eu sou uma mulher de 35 anos, vivi muito, o racismo sempre foi presente na minha vida. A gente esperava que as coisas mudassem, mas eu vejo que não mudou muita coisa. Tenho um filho de 15 anos, eu falava para ele que na minha época era assim, que hoje não aconteceria, mas acontece, sim", afirmou. "Não tem como aceitar. Acho que a tecnologia avançou muito, muito para que isso não passe despercebido, o próprio sistema deles deveria barrar esse tipo de informação porque ninguém se chama por esse nome, não existe. É o nome de um bicho, eu não sou um bicho, sou uma pessoa", completa Susan. E-mail com ofensa A vítima estava realizando a compra de uma máquina de lavar pelo aplicativo da loja quando descobriu que precisava atualizar alguns dados, incluindo o e-mail e a senha cadastrados. Todos os e-mails automáticos enviados pela Magazine Luiza à cliente utilizaram seu primeiro nome na saudação. Entretanto, o mesmo não aconteceu no e-mail de confirmação de atualização do cadastro. "Fiz o procedimento das etapas do aplicativo para recuperar a conta. Logo, eles me pediram foto do documento, depois um reconhecimento facial. Fui recebendo os e-mails, mas não entrei porque sabia que era só confirmação. Finalizei minha compra, tive o prazo de entrega e fechei o app", contou. "Não olhei meus e-mails. No dia seguinte, fui olhar se tinha alguma mudança no status de entrega e olhei meus e-mails, e um me chamou atenção", relatou Susan. ✅ Clique aqui para se inscrever no canal do g1 SP no WhatsApp Entenda a diferença entre racismo e injúria racial Segundo a cozinheira, uma funcionária do setor de diversidade e inclusão da empresa entrou em contato com ela para pedir desculpa. Também informou que seu cadastro era de 2011 e que alguém teria registrado o sobrenome dela como "macaca" no e-mail. "Basicamente meu sobrenome na Magazine Luiza é macaca, porque alguém colocou e ninguém viu", desabafou. O caso foi registrado como injúria racial no 50° Distrito Policial do Itaim Paulista, responsável pela investigação. O que diz o Magazine Luiza "A Magalu lamenta profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente e reforça seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação. A empresa esclarece que o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente – essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores. O cadastro original da cliente foi realizado em 2011, de forma online. Para evitar que casos semelhantes se repitam, a companhia já excluiu o campo “apelido” de seus formulários cadastrais e adotou uma lista de palavras inapropriadas, que passarão a ser vetadas no momento do preenchimento do cadastro. A Magalu é referência em políticas de diversidade e inclusão e promove, de forma sistemática, ações de conscientização de seus funcionários a respeito desses temas. A empresa tem, atualmente, metade do seu quadro de colaboradores formado por profissionais negros, que ocupam 55% dos postos de liderança." LEIA TAMBÉM: Filha de síndico grava vídeo com ofensas racistas, sugere esfolar vizinha para 'clarear' pele e diz que 'pretos deviam morrer'

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/01/08/magazine-luiza-diz-que-tirou-campo-apelido-do-cadastro-apos-ser-denunciada-por-injuria-racial-cliente-foi-chamada-de-macaca.ghtml


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